4 pilares para entregar um projeto de software no prazo

4 pilares para entregar um projeto de software no prazo

Quando se fala em desenvolvimento de software 100% personalizado, não podemos deixar de mencionar o maior tabu para esse mercado: cronogramas e prazos que não foram cumpridos, expectativas frustradas e o fim da parceria entre fornecedor e cliente.

Levando estes pontos em consideração, aqui neste artigo, vamos expor a nossa perspectiva enquanto empresa desenvolvedora de projetos e apresentar os pilares que dificultam o sucesso das expectativas traçadas.

Ao longo do conteúdo, abordaremos os seguintes pontos:

  • PILAR 1: maturidade de software
  • PILAR 2: processo
    • Cascata para escopo fechado
    • Alocação de time e o uso do kanban para entregas cadenciadas
    • Metodologia ágil na alocação de time com um objetivo macro
  • PILAR 3: time multidisciplinar
  • PILAR 4: alinhamento de expectativas
  • Esteja alerta a algumas situações

PILAR 1: maturidade de software

Ao longo do ano, a Ubistart chega a conversar com uma média de 600 empresas, a fim de entender seus desafios, oportunidades e projetos. Dessa forma, conseguimos diagnosticar que o pilar principal para o insucesso de um projeto é o potencial cliente não ter maturidade de desenvolvimento de software.

O que, para nós, é perfeitamente compreensível, afinal, não podemos exigir de diretores, administradores, empreendedores e responsáveis de áreas que saibam de algo super complexo, como o desenvolvimento de projetos de software. 

Porém, paralelo a esse entendimento, o nosso maior desafio é mostrar para as empresas que, para passar um orçamento de software, não bastam 2, 3 ou 4 interações em reuniões agendadas.

Para que a informação seja o mais precisa possível, precisamos nos debruçar em um planejamento de horas, construção de layout e entendimento de integrações com ferramentas externas.

Mesmo assim, em nossa experiência, quando explicamos isso para as empresas, grande parte delas espera um orçamento rápido e contendo todos os cenários possíveis do escopo, inclusive aqueles que ainda não foram mapeados.

Isso se reflete também em empresas que desenvolvem produtos internos, em que preveem um planejamento de 4 a 6 meses mas, na prática, o prazo se estica porque não foram mapeados todos os cenários possíveis.

Nesse sentido, a pergunta a ser feita é: por que não foram mapeados? Bom, em grande parte, por dois motivos:

  • Certas funcionalidades são entendidas de forma mais clara durante o processo de desenvolvimento, consequentemente, apresentando um grau maior de complexidade;
  • Dependendo do projeto e do público para o qual ele vai ser aplicado, o escopo se torna “vivo” e muda de acordo com os testes feitos com os usuários nas primeiras entregas.

Em alguns projetos, passamos 3 meses planejando para que, dessa forma, possamos dar uma visão mais firme de escopo fechado, incluindo cronograma e orçamento. E é até curioso, porque quando é iniciada a etapa de desenvolvimento, a primeira solicitação do cliente é uma mudança de escopo.

Assim, não podemos nos frustrar por isso, pois já temos o entendimento de que a cultura de desenvolvimento de software não é suficiente para clarear esse cenário, diante da perspectiva do cliente. Isso faz parte do processo.

PILAR 2: processo

Existem diversas formas de desenvolver um projeto sob medida. Algumas são mais antigas, como cascata para escopo fechado ou entregas pequenas e rápidas com o uso do kanban. Outras são mais recentes, como a metodologia ágil, que utiliza o SCRUM.

Aqui, vamos nos concentrar em cada uma delas, trazendo a nossa percepção de acordo com o  momento da empresa.

Cascata para escopo fechado

O modelo de cascata pode ser considerado o mais clássico e que geralmente funciona para a maioria das corporações que já tem um histórico de contratação de software. Neste caso, a fábrica de software busca entender todo o projeto para passar uma visão mais assertiva de cronograma e orçamento. 

Neste tipo de modelo, há um alto risco de atrasos, pois, quanto maior o escopo do projeto, mais incertezas haverá pelo caminho. Por conta disso, quando trabalhamos com escopo fechado aqui na Ubistart, estabelecemos limites de orçamento e um processo rígido de planejamento de requisitos. Tudo para não frustrar nossos clientes, fazendo com que não voltem mais.

O modelo cascata é muito utilizado no ramo automotivo, afinal, não se entrega um carro para o mercado de forma parcial. Mas, as empresas de software estão se convencendo cada vez mais que, amarrar escopos complexos em contratos, é ruim para ambas as partes.

Em situações como essa, tanto  a empresa contratante perde a oportunidade de acompanhar a evolução do projeto, com melhorias, quanto  a empresa contratada tem obrigação de ser precisa e inflexível com mudanças.

Alocação de time e o uso do Kanban para entregas cadenciadas

Essa forma de trabalho é muito utilizada em processos mais rápidos de desenvolvimento ou quando a fábrica de software não quer seguir necessariamente pela metodologia ágil. 

Para empresas que precisam de mais agilidade no desenvolvimento do projeto  e utilizam listas das demandas a serem feitas, a fim de finalizá-las em um prazo mais curto, o Kanban é a opção mais indicada.

Porém, quando falamos de um processo mais avançado de desenvolvimento, devido a complexidade da demanda, o kanban acaba sendo muito simplista. Um exemplo disso é o desenvolvimento de aplicativos e plataformas que envolvem de 4 a 6 meses de desenvolvimento.

Com base nisso, podemos concluir que o Kanban tem o seu uso mais direcionado para suporte, melhorias pontuais ou ajustes finos. Já para desenvolvimento de software com uma equipe multidisciplinar, ele pode não ser a melhor saída. 

Metodologia Ágil na alocação de time com um objetivo macro

Agora vamos falar da mais famosa e desejada das metodologias. No entanto, aceitar essa metodologia com os braços abertos não é muito comum em uma cultura de software mais tradicional.

Se pararmos pra pensar, qual empresa ou diretor que está disposto a assinar um cheque em branco para sua equipe de desenvolvimento ou fornecedor de software? Ou não ter prazos concretos de quando terá o seu projeto pronto?

Bem, de certo, esta é uma situação sensível e que deve envolver conversas transparentes com o cliente, além de uma análise cuidadosa de todos os cenários, feita por ambas as partes.

A metodologia ágil, por essência, trabalha com um objetivo a ser alcançado em um período maior, que pode ir de 4 a 12 meses, fazendo entregas a cada duas semanas , que são denominadas sprints.

Somado a isso, também há uma equipe super capacitada, formada por gestores de projetos, analistas de requisitos, designers UX/UI, testers, desenvolvedores, scrum master e POs. Ainda assim, este time de peso, se direcionado para um objetivo claro, poderá dar o seu melhor, mas nunca alcançar a meta da empresa.

Aqui na Ubistat, a metodologia ágil vem crescendo muito, pois apresentamos para os nossos clientes que ela pode ser poderosa para ajustes de prioridades, testes antes da solução total e acompanhamento do cliente. Isso tudo, certamente, se estiver alinhado a um objetivo claro.

No entanto, a empresa que está disposta a utilizar a metodologia ágil, precisa entender que não existe um escopo escrito em pedra, diferente do escopo fechado onde um super planejamento é feito com antecedência. 

Analisando tudo isso, não é atoa que, para iniciar a etapa de desenvolvimento por escopo fechado, aqui na Ubistart, podemos levar de 3 a 5 meses, enquanto a metodologia ágil já inicia em 1 mês.

PILAR 3: time multidisciplinar

Quando estamos amadurecendo a cultura de desenvolvimento do cliente, é muito comum escutarmos a seguinte pergunta:

“Então, não dá para contratar apenas o desenvolvedor em vez de todo esse time?”

Isso costuma acontecer bastante e nós entendemos, pois ele não tem a obrigação de saber contratar software. Porém, nós, como consultora de software, temos a obrigação de orientá-lo sobre qual é o melhor caminho.

A pergunta acima é comum porque, à primeira vista, como diz o ditado popular, parece que “é muito cacique para pouco índio”. Porém, em vez de trabalhar apenas com o desenvolvedor, explicamos a importância do time complementar como mostraremos abaixo:

  • Analista de negócios: faz um mapeamento  das regras e é especializado em falar a linguagem de negócios aliada à tecnologia;
  • Tech Leader: é um profissional de desenvolvimento mais sênior, que acompanha tanto a qualidade quanto tira dúvidas dos desenvolvedores;
  • Designer UX/UI: é alguém especializado em acompanhar comportamentos de uso e propor a usabilidade certa para a aplicação, além de construir telas que podem ser aprovadas antes mesmo do desenvolvimento;
  • Analista de testes: a missão desse profissional é achar erros na plataforma. Este papel é fundamental, visto que os demais profissionais estão “viciados” no uso da aplicação, impedindo que visualizem certos erros. Por isso, o analista de testes entra com processos de uso para quebrar a plataforma e evitar que o usuário encontre esses problemas.
  • Gestor de projeto (scrum master): esse profissional é responsável pelo bom andamento do projeto, além de tirar impeditivos da frente do time, proporcionando também um bom relacionamento com o PO do cliente;
  • Desenvolvedores: podemos ter desenvolvedores só para a parte visual web, para regras de negócio, aplicativos e até infra-estrutura.

Ou seja, um time multidisciplinar traz qualidade e seriedade de desenvolvimento na entrega do projeto. Quando colocamos um único profissional de desenvolvimento para ser responsável por projetos estratégicos da empresa, estamos depositando nele todo o peso da gestão e outras responsabilidades. No nosso entendimento, tudo tem seu momento:

  • Demandas pontuais e únicas: um profissional de desenvolvimento pode ajudar, sim;
  • Demandas complexas e longas: um time multidisciplinar é fundamental para o sucesso do projeto.

PILAR 4: alinhamento de expectativas

Há mais uma solicitação que acontece com bastante frequência:

“Pessoal, precisamos desse projeto entregue em 4 meses, dobra o time de desenvolvimento e pronto!”

Para que você entenda, vamos usar uma analogia que ilustra esse cenário muito bem:

Pegue um frango que deve ser assado em 3 horas a 150ºC e coloque ele para assar em 1 hora a 300ºC. O que vai acontecer? Será que aumentar a potência vai fazer o frango ficar delicioso por dentro e por fora? Sabemos que não! No final, o frango ainda estará cru por dentro e tostado por fora.

Nesse sentido, podemos identificar que certas coisas não podem ser resolvidas simplesmente aumentando sua capacidade para entregar mais rápido. E o software é uma delas. 

Em alguns projetos, trazer um desenvolvedor a mais aumenta o prazo, ao invés de diminuir. Porque, no final, um profissional tem que passar o conhecimento  para o outro e ainda há uma curva de aprendizado.

Por isso, é preciso tomar cuidado quando for pensar na possibilidade de aumentar o número de profissionais como uma estratégia para acelerar o processo. Todo projeto exige um tempo de maturidade específico.

Assim, podemos ver que este pilar está muito conectado com a maturidade de software. Pois, quando você está entrando nessa jornada de desenvolvimento, parece que as coisas são mais simples e rápidas do que realmente são.

Dessa forma, aqui na Ubistart sempre orientamos os clientes sobre prazos estipulados antes de termos um conhecimento claro do escopo. Por exemplo, 2 meses é um prazo muito curto para iniciar plataformas complexas do zero.

Além disso, é preciso estar atento a valores muito acessíveis, comparados ao que é cobrado por grandes empresas. Neste mercado, quando a empresa cobra mais caro não é porque ela está superfaturando, e sim porque durante a sua jornada, ela entendeu quanto tempo é necessário para viabilizar o projeto.

Partindo desse entendimento, podemos definir três desejos que sempre se colidem:

  • Quero pagar mais barato
  • Quero receber rápido 
  • Quero qualidade

Normalmente, se a empresa escolhe o primeiro, a qualidade certamente será afetada. Se escolher o segundo, a probabilidade de não receber algo dentro do prazo é alta, pois como comentamos, existe um prazo mínimo de construção. E por fim, qualidade é o que sempre indicamos, pois logo ali na frente, a solução poderá ser continuada e ser escalável.

Esteja alerta a algumas situações

Por fim, é preciso estar atento a alguns alertas que sempre trazemos para empresas que estão preocupadas com o atendimento do prazo e investimentos esperados. Confira abaixo:

  • Se é sua primeira jornada de contratação de software sob demanda, olhe o portfólio da empresa, e solicite uma conversa;
  • Cuidado com promessas de prazos firmes quando a empresa teve pouco tempo para entender o projeto. Aqui, na Ubistart, às vezes usamos 100h para entender um projeto e conseguir passar um prazo e orçamento firme. Reuniões de 2 a 10h totais não são suficientes para um projeto completo que custará mais de 200 mil;
  • Quer segurança? A opção é o escopo fechado (cascata). Se você quer flexibilidade, o caminho é a Metodologia ágil. Ainda assim, não tente ter segurança de prazo e valores querendo ter flexibilidade de mudança durante o processo. A metodologia ágil é ideal para inovação, projetos que mudam durante a construção. Já o escopo fechado é para empresas que têm certeza do que desejam construir e sabem que não vão mudar de ideia durante o processo;
  • Um desenvolvedor não é um herói que irá resolver sua vida. É importante entender se você quer “arrumar o piso da cozinha” ou “construir uma casa do zero”, pois, se for construir uma casa do zero, você precisa de mais especialistas;
  • Se você quer um orçamento rápido para fazer comparações entre empresas, é possível que você só se frustre, pois terá orçamentos muito variados e algumas empresas vão comunicar que não trabalham assim. Projetos complexos de software estão mais para uma relação de confiança entre empresas do que comparar com a mais barata ou mais rápida;
  • O resultado final bem feito, barato e rápido é para um produto pronto. Geralmente, projetos de software são demorados e com um investimento alto, por isso precisa ser feito com bastante cautela e isso acontece quando se escolhe um bom parceiro.

É claro que podem surgir algumas dúvidas após a leitura deste artigo. Neste caso, você pode entrar em contato conosco e esclarecer tudo que achar necessário. É só clicar aqui e teremos o prazer de entender seu desafio apoiá-lo no que for preciso.

Acompanhe nossa newsletter!

Acompanhe nossa newsletter!

Artigos recentes:

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Mais informações.

Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Mais informações.